AVALIAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE

“Ninguém é tão pequeno que não possa ensinar, nem tão grande ao ponto de não ter o que aprender...Aprender é ensinar.

“A liberdade é o espaço que a felicidade precisa”
O que é? A quem cabe? E como deve ser feita? Devem ser os questionamentos que nos ajudam a entender a importância desse processo que acontece não a revelia de qualquer sujeito que terá seu trabalho julgado, avaliado, sentenciado.
Está em discussão no momento em Portugal se o trabalho dos professores deve ser avaliado pelos alunos, pelos pais. Oras, eu pergunto, unidos, pais e alunos formam o que, senão aquilo a que chamamos comunidade escolar? Portanto, por que seria tão absurdo chamar esses outros sujeitos para o seio do processo de avaliação que os atinge directa ou indirectamente, tomando-os ou não como referência.
Se permitir ser avaliada é exercer aquilo por quem Paulo Freire lutou: exercer a educação como prática de liberdade. É permitir dar a palavra também àquele a quem só é pedida que reproduza conhecimento (de um outro) ou que produza conhecimento dentro de estratégias que nem sempre o levam em consideração, o tem como foco.
Só uma escola que prega a tolerância, a liberdade, a criatividade, a autonomia e capacidade crítica do educando e o respeito é capaz de se abrir ao risco de se deixar ser avaliada. Porque ela não teme os resultados. Ela quer que os resultados ganhem rumo e alcem voo por todo o mundo. E a prática desse professor é algo prenhe de ética e de respeito.
O aluno é alguém que chega a escola preenchido da sua leitura de mundo e tendo a palavra sobre este mundo, mundo captado sob seus olhos, sob seus sentidos, com a sua interpretação, encharcada dos seus valores e da sua cultura.
Educar é uma prática de liberdade e como nos bem diz Rubem Alves, quem melhor pode falar sobre o trabalho dos professores senão os alunos?
A escola tem que ser vista como um espaço de integração, de inclusão, de desenvolvimento.
Enfim, a escola e seus profissionais devem estar atentos a sua função maior, que é servir a comunidade e dar ao sujeito o papel que cabe a ele. Pois que de outro jeito a escola colabora no sentido de preparar sujeitos para serem sujeitos de sua própria marcha, caminhada ou trajectória, com posturas situadas e críticas diante de suas realidades?
Assim, não cabe a ninguém restringir espaços e funções daqueles que constroem a relação pedagógica no dia-a-dia.
A realidade não tem que ser vista como algo intocável, firmada apenas no que está aparente.
“Toda realidade está aí segundo a possibilidade de intervenção e/ou transformação nela”, como afirmou Paulo Freire em sua última entrevista em vida.


Referencias

Paz, Aline D. Pedagogia da Autonomia. In: Recensio. Revista de Recensões de Comunicação e Cultura. Encontrada em: http://www.recensio.ubi.pt/modelos/recensoes/recensao.php3?codrec=38. Pesquisada em 25/02/2008.

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