Amar sob perspectivas

Amar é para quem acredita, certo? Isto é uma perspectiva. Amar pode ser muitas coisas, ter infinitos significados para muitas pessoas.


Por que amar é tão difícil? Outra pesperctiva! Amar não deveria ser difícil, difícil é conviver. Acredito enquanto estou a escrever isto que não devo expor nenhuma "pérola de pensamento"! Mas se as pessoas assumem que querem conviver, por que isto é considerada uma "arte"? O que faz da convivência entre as pessoas algo tão complexo?


Por que dói quando as coisas não dão certo e tudo que você deseja é ir embora e começar tudo de novo? Por que fica no lugar do coração um imenso vazio depois que você acredita que está apenas a perder tempo?


Por que é tão difícil amar no dia de hoje? O que está acontecendo com as pessoas? Porque eu sei que muitas pessoas ainda acreditam no amor e querem alguém para amar! Então, por que carinhos e mimos são mal recebidos quando estas pessoas estão pressionadas pela sua vida e rotinas estressantes?


Se amamos alguém e esta pessoa não está bem, não devemos fazer de tudo para que ela fique melhor? E fazer isto significa o quê? Deixar que ela se vire e saia desta situação sozinha? Se é assim, para que existem os companheiros? Sim, companheiros, aqueles a quem escolhemos para andar connosco. Companhia signfica ter alguém com que podemos contar em algum projecto: casar, morar, trabalhar, ser amigo.


Tenho receios pelo mundo actual. Tenho receios de que muitos analistas sociais estejam certos ao pressagiarem que estamos a ficar desconectados dos nossos sentimentos, da nossa vida pessoal. Afinal, quem tem tempo para dar um beijo ou um abraço simplesmente no dia das mães ou no dia-a-dia delas? Quem se lembra de sentar uma vez ou outra para conversar com seu pai, embora ature todo tipo de conversas, manias e rituais com amigos e pessoas não tão amigas? Quem se lembra de ligar para um amigo apenas para saber como ele está?


Se uma pessoa está sempre ocupada em sobreviver, ao invés de viver neste mundo, que lugar terá as pessoas na sua vida?


Entretanto, se eu penso tudo isto, fica a pergunta final: se eu não tenho vez na vida desta pessoa o que ainda estou fazendo nela? A persistir num erro?


Desculpem isto não parecer nem de perto reflexões pedagógicas, mas até as pedagogas tem seus dias de gatas borralheiras junto ao borralho, onde sofrem e perguntam a razão das injustiças do mundo.


No final, penso que uma perspectiva a rever é deixar de querer amar. Afinal, deve dar menos trabalho e não permite encher tantas linhas, como faço agora.




Comentários

Sannya Fernanda disse…
Goleman (2010, p.20) diz que "a raiz do altruísmo reside na empatia, na capacidade de ler as emoções dos outros; quem é incapaz de sentir as necessidades ou o desespero de outra pessoa, não pode amar".
Sannya Fernanda disse…
Continuo a achar que sentir o amor é uma questão de perspectiva, e que tal perspectiva muda conforme as nossas experiências. Hoje acredito que amar é próprio do ser humano, do estar aberto a esta experiência. Não é sobrepor etapas. O amor não vive ou sobrevive com sentimentos como a mágoa e rancor de outras experiências. Ele só é capaz de persistir quando ele pode florescer esplendidamente, sem a ameaça de outros sentimentos menores.
Viver hoje me faz ver que tenho muito que aprender e amadurecer meu olhar diante da vida, pois isso também ajudará na edificação de um sentimento como o amor na sua forma mais amadurecida.

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